Grupo O Liberal não comenta sobre candidata transgênero que participa do concurso Rainha das Rainhas 2025

Foto meramente ilustrativa da apoteose do concurso Rainha das Rainhas de ano anterior ao de 2025
Belém, 17 de fevereiro de 2025 – Em mais de 70 anos do concurso Rainha das Rainhas, promoção do grupo O Liberal e criado pelo fundador do grupo, Romulo Maiorana, nunca teve grandes ou maiores novidades, além das fantasias que se tornam outras fantasias. Mas em 2025, tudo será diferente, porque o concurso, pela primeira vez, terá uma candidata que é mulher transgênero.
Se fosse em um mundo ideal, esse avanço de representatividade já deveria estar mais que divulgado, mas não é isso que está ocorrendo: a coordenação do concurso faz “cara de paisagem” e finge que esse “detalhe” não existe.
Vou me ater nesta “cobrança” ao grupo O Liberal sobre por que não se fala sobre o assunto? Informações dão conta que, mesmo nas entrevistas com a candidata, o assunto da transição de gênero dela não pode e nem deve ser abordado pelos repórteres. E assim se aproxima o concurso, que será realizado no sábado, dia 22, a partir das 23h, na sede da Assembleia Paraense, em Belém.
Um detalhe que “pegou” a coordenação do concurso é que o regulamento – muito antigo – não diz nada sobre a participação de mulheres transgêneros. Então, pode-se imaginar o susto quando a candidata foi apresentada pelo clube e o concurso não poderia negar a inscrição dela ou poderia incorrer no crime de transfobia.
Candidata do Guará Park – No perfil no Instagram da candidata, muitas pessoas dão apoio a ela e usam sempre a palavra “representatividade”. Um dos comentários diz: “Representatividade de uma comunidade que sempre sonhou em participar deste concurso”. Outro fala: “O Guará Park dando aula de representatividade, perfeitos”.
Isso mesmo, é a candidata do Guará Acqua Park, Alana Ariel Rodrigues, de 28 anos, formada em Estética, que já tem alguns concursos de beleza e títulos no currículo. A própria candidata fala: “Se você pode sonhar, você pode realizar”.

Mulheres trans em concursos de beleza – A participação de mulheres trans em concursos de beleza onde antes só havia mulheres cisgênero é um marco significativo para a comunidade LGBTQIA+. Rayka Vieira fez história ao se tornar a primeira mulher trans a competir no concurso Miss Brasil Mundo em 2021. Natural de Anápolis, em Goiás, Rayka já detinha o título de Miss Centro Goiano. Uma mulher trans venceu o concurso Miss Portugal pela primeira vez em 2023.
O tradicional concurso Miss Universo contou com duas candidatas trans, pela primeira vez, em 2023. A Miss Portugal, Marina Machete, e Miss Holanda, Rikkie Kollé, estavam entre as cerca de 90 finalistas de todo o mundo participantes do concurso, que teve sede em El Salvador, naquele ano.
Mas o grupo O Liberal não se manifesta, não fala sobre o assunto e assim vai ficando sem se pronunciar. Mesmo que isso represente um imenso avanço moderno e atual para o “maior concurso de beleza e fantasia do Norte do Brasil”.
NOTA DA REDAÇÃO – O site esta aberto a qualquer manifestação do grupo O Liberal sobre o concurso Rainha das Rainhas 2025 e a candidata Alana Rodrigues. Caso seja enviada alguma nota, será publicada imediatamente.