Secom-PA faz vigilância sobre jornalistas na ocupação da Seduc e esposa do diretor de jornalismo da TV Liberal é DAS na Casa Civil do Estado

Foto meramente ilustrativa do Marx Furtado que foi publicada no prestigiado jornal britânico The Guardian
Belém, 31 de janeiro de 2025 – Como se não bastasse todos os problemas que o estado do Pará está passando com a forma equivocada com que o Governo do Pará está lidando com a crise da educação no Estado, outro problema menos falado – mas não menos sério – vem da forma como a Secretaria de Comunicação – Secom-PA está agindo em relação aos coleguinhas da imprensa.
Denúncias dão conta que, desde o primeiro dia da ocupação dos indígenas na sede da Seduc, no dia 14 de janeiro, a Secom está enviando jornalista e cinegrafistas para o local. Seria normal, se a intenção fosse para fazer a cobertura do conflito também, mas não é.
Inicialmente, os coleguinhas da Secom estavam indo vestidos com camisa preta. Mas foram identificados, porque já foram vistos em outras pautas. Entretanto, desde semana passada, eles estão indo com roupas “normais” para poder passar desapercebido pelas lideranças do movimento indígena.
Inclusive, visando não que não haja “infiltrados do Governo”, o movimento indígena tomou a iniciativa de credenciamento de imprensa para jornalistas que estão na ocupação, “o que é super válido”, disse a nossa fonte.
Espiões – Desde os primeiros dias da ocupação, os “espiões da Secom” tiram foto e filmam os manifestantes e a imprensa que ali está. “A pergunta é: para quê? Para fornecer a imagem em uma possível retaliação futuramente?” Nossa fonte lembra que, se caso haja investigação, se houver algum crime, é do âmbito da Polícia Civil do Pará, e não da Secom. “Desde quando a Secom tem poder de vigilância e fiscalização?”, EU pergunto.
Além de filmar e tirar fotos da galera, “os repórteres da Secom” ficam próximo dos jornalistas, em uma tentativa de ouvir conversas e saber o que está acontecendo. Aliás, algumas vezes, seguem os jornalistas dentro do prédio da Seduc, na avenida Augusto Montenegro.
Vigilância por “toda Belém” – Essa vigilância não se resume somente à ocupação na Seduc, e ocorreu também quando a Polícia Militar do Pará fechou a avenida Almirante Barroso, na quarta-feira, dia 29. “Um ‘multimídia’ da Secom apareceu, do nada, tirando fotos e veio para o lado de alguns fotógrafos que estavam na avenida Dr. Freitas com a Almirante Barroo, na vã esperança de ouvir as nossas conversas. Mas nós não somos otários e o detectamos, antes dele chegar perto da gente”, continua a fonte.
A fonte continua: “Por sinal, quando eles não estão visíveis, é porque estão escondidos na Hilux da Secom. Eles pensam que somos patetas, e pra que tudo isso? Acho que querem copiar os censores que atuavam na Ditadura Militar, só que em uma outra abordagem”, conclui a narrativa.
E a TV Liberal, hein? – Ainda no tema Secom-PA, uma conversa que já rolava há algum tempo no “meio” chegou a todos e com provas. Há algum tempo, se comenta que Luciana Meira Bonatelli, esposa do diretor de jornalismo da TV Liberal, Carlos Bona Bonatelli, é nomeada no Governo do Pará. Uma postagem em redes sociais, na quinta-feira, 30, mostrou print do Portal da Transparência, no qual, o nome de Luciana aparece, no cargo de assistente administrativa, com salário de R$ 4.036,00. Luciana trabalha no cerimonial do Heldissss, que é ligado à Secom-PA.
“Serássi” o temível compliance da Rede Globo de Televisão, que acaba de demitir Rodrigo Bocardi, sabe dessa prática nada republicana? Porque, no final das contas, Bonatelli é empregado da Globo e não da TV Liberal, veio de São Paulo para Belém, e ter a esposa, nomeada com um bom DAS e não concursada, alocada Casa Civil do Governo do Estado… Agora, talvez se entenda porque a TV Liberal é tão “alinhadinha” com o Governo do Pará.
E “tem mais que ser assim, #sqn”: para 2025, o orçamento da Secom-PA e verba publicitária é de R$ 84 milhões, isso mesmo, Oitenta e Quatro MILHÕES, verba que está na Lei Orçamentária Anual – LOA, e é 168 vezes a mais que apenas os R$ 500 mil destinados à educação indígena em todo o Pará. Boa parte dessa verba vai para a TV Liberal que têm o break comercial mais caro em Belém, por ser filiada da Globo. Vão vendo!

