Sinjor-PA e Fenaj publicam Nota Pública de apoio ao jornalista Ronaldo Brasiliense condenado por publicações sobre família Barbalho
Belém, 6 de setembro de 2024 – O site se solidariza ao jornalista paraense, da cidade de Óbidos, Ronaldo Brasiliense que sofreu assédio judicial em um processo a que responde. O Sindicato dos Jornalistas do Pará – Sinjor-PA publicou Nota Pública, nesta sexta-feira, 6, que está transcrita abaixo:
“O Sindicato de Jornalistas Profissionais do Estado do Pará – Sinjor e a Federação Nacional dos Jornalistas – Fenaj vêm em público manifestar seu repúdio à sistemática campanha de assédio judicial contra o jornalista Ronaldo Brasiliense, de 65 anos e 45 de profissão, que na última quinta-feira, dia 5 de setembro, recebeu do juiz da Comarca de Óbidos, Clemilton Salomão, a sentença da juíza Anuzia Dias, de Belém, para cumprimento de pena de oito meses de serviços à comunidade.
Ronaldo foi condenado, porque em 2016, em postagem no seu perfil no Facebook, chamou o então ministro da Integração Regional, hoje governador do Pará, Helder Barbalho, de “sem escrúpulos”, ao publicar foto dele com religiosas no jornal de sua família, o Diário do Pará, em propaganda eleitoral extemporânea.
Em 2020, o juiz Roberto Cezar Oliveira Monteiro, da Sétima Vara Cível e Empresarial da Capital, já havia condenado o jornalista a pagar R$ 160 mil – valores atualizados – por danos morais por escrever que o atual senador Jader Barbalho, do MDB, era “chefe da quadrilha” da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia – Sudam, reproduzindo apenas o texto que consta na sentença do juiz Alderico Rocha dos Santos, da Segunda Vara Federal do Tocantins.
Na tese do juiz, questionável, o jornalista não poderia chamar Barbalho de “chefe de quadrilha”, antes do “trânsito em julgado” da ação penal, o que representa um golpe à liberdade de imprensa, uma vez que, novamente, o texto da reportagem escrita por Ronaldo Brasiliense apenas reproduz trechos da sentença proferida pelo juiz federal Alderico da Rocha dos Santos.
De maneira inusitada, Ronaldo Brasiliense, que mora em Óbidos; Helder Barbalho em Ananindeua e Jader Barbalho em Brasília, mas todas as ações judiciais foram julgadas em Belém.
Contra a criminalização de jornalistas e em defesa da democracia e do livre exercício da profissão, o Sinjor-PA segue em luta contra qualquer oligarquia que tente silenciar nossa categoria!”
ABI – A Associação Brasileira de Imprensa – ABI também publicou nota de apoio da Brasiliense, na quinta-feira, 5.
“A Associação Brasileira de Imprensa – ABI manifesta preocupação com o aumento de casos de assédio judicial contra jornalistas que atuam na linha de frente no combate à corrupção e em defesa da liberdade de imprensa. No Pará, o jornalista Ronaldo Brasiliense, 65 anos, 48 de profissão, com passagens por Veja, ISTOÉ, Jornal do Brasil, o Globo, Estadão e Correio Braziliense, com dois prêmios Esso, dois prêmios da Associação dos Magistrados Brasileiros – AMB, um prêmio Embratel e um prêmio Petrobras, em 2020, sofreu mandato de busca e apreensão em sua residência, em Óbidos”, diz o início da nota.