Coleguinhas, contra assédio moral e sexual, só existe um caminho: a denúncia!

 Coleguinhas, contra assédio moral e sexual, só existe um caminho: a denúncia!

Uma redação jornalística aleatória qualquer, somente para ilustração

Belém, 9 de fevereiro de 2024 – Em postagens anteriores, fui bem clara quando disse que eu não publico nada aqui no site, sem comprovação. Tanto é verdade que eu nunca, vejam bem, nunca, publiquei qualquer denúncia que tenha sido única.

Sempre que falo CONTRA qualquer pessoa ou veículo, seja das redações, assessorias ou agências, o que se segue é uma enxurrada de outras histórias falando exatamente a mesma coisa. Ao que cabe, sempre, a pergunta: o acusado está certo e as vítimas, que são em maior número, erradas?

Quando eu “herdei” o antigo blog Jornalistas do Pará, do fotógrafo David Alves, a única polêmica em que nos envolvemos foi com os Guardas da Santa e seus familiares que ficaram #xatiados por conta de uma reportagem sobre a forma, nada delicada, com a qual eles tratam os jornalistas nas procissões do Círio de Nossa Senhora de Nazaré.

Em 2014, passei a ser a única responsável pelo blog, que acabou se tornando conhecido como “Blog da Dedé”. No início de 2018, houve a virada de chave, quando fui convencida a fazer um site com o meu nome, e está assim desde então, com uma bela briga pelo meio por conta de servidor onde o site era abrigado, mas isso é assunto para outra postagem.

Começam as denúncias – Um belo dia, no início de 2018, recebi uma mensagem, via Messenger, de uma jornalista com quem não tinha a menor intimidade. “Escuta, esse teu site é só de oba, oba, ou ele faz outras coisas como denúncias?”. Confesso que me deu um choque – mesmo porque eu estava atravessando a rua. Respondi que dependendo da denúncia, eu publicava.

Era uma denúncia cabeludíssima sobre a Secom-PA. E assim começaram as famosas denúncias ao site, que já perdi a conta. Nesse dia, meu celular quase deu um bug de tantas mensagens que recebi sobre a Secom.

Então, já são seis anos nessa “indústria vital” de mostrar que os bastidores do jornalismo em Belém são bem mais complicados do que supõe a nossa vã filosofia. E já teve de um tudo. E falo e repito: todas as vezes em que publico uma denúncia, ela, sempre, sempre vem acompanhada de outras iguaizinhas. 

Organização – E vocês não têm noção do quanto eu sou organizada com o que recebo. Está tudo organizado por data, por tema, por nome do “acusado”, da emissora, da assessoria. E de uma forma que eu posso fazer cruzamento de dados, porque, afinal, minha memória é muito boa, mas pode falhar.

E mais, tem coisas da época em que o blog e site ainda nem existiam. Com nomes e sobrenomes. Sim, eu guardo muita coisa. Prints existem para isso mesmo e e-mails antigos também. E as pessoas ainda continuam nas redações, quietinho(a)s, é verdade, mas ainda por lá, então, é melhor monitorar.

Evidentemente que tudo que tem cópias, porque de lesa eu só tenho a cara. Além de PAGAR armazenamento na nuvem, tenho cópias em um bom pendrive de alcance de terabites, e cópias em nuvens de pessoas de muita confiança que nem têm ideia do que mando a elas. Sim, sou fã de CSI!

 Assédio – Portanto, me respeitem, porque eu não estou aqui para perseguir ninguém. E inveja? É pra rir, né? Eu estou aqui para mostrar que tem muita bola aí que precisa ser BAIXADA. Que já foi o tempo em que assédio moral era só uma figura distante. Hoje, é um fato. Infelizmente!

Eu deveria ser a última pessoa a ser procurada por quem quer que seja sobre assuntos de assédio, mas entendo que fazer barulho pelo site, mesmo com muita gente negando, FUNCIONA. Podem negar, berrar, dizer que não, mas este site é lido e comentado.

Denuncie – Se um conselho eu puder dar é o seguinte: coleguinha, faça barulho na tua empresa. Está se sentindo intimidado pelas Barbies da vida, pelas Mamacitas das assessorias, pelo Brunão Peso da Notícia, DENUNCIA. Leva isso ao RH da empresa. Conclama teus colegas na mesma situação.

Não tem medo de perder o emprego. É a tua dignidade como trabalhador que está em jogo. SE o teu RH não resolver, leva ao Sindicato dos Jornalistas. Se fores retaliado, continua a denúncia. Entende uma coisa: existem meios que te auxiliam. Grava conversas ásperas. Guarda prints. Mantém provas. Tudo isso é muito importante. Os assediadores precisam saber que os outros têm trunfos contra eles. Eles PRECISAM ser parados. Assédio não tem mais como existir nos dias de hoje. E manda para MIM. E ajudo a mostrar e a cobrar a quem de direito.

O exemplo vem de cima – Caras, se até a poderosa Rede Globo se rendeu ao poder do compliance, por que os RHs das nossas redações não poderiam seguir essa premissa? Reivindiquem. Protestem. Somos TODOS trabalhadores. Temos direitos!!!!!

Vou citar dois exemplos que sei há algum tempo, mas segurei a informação. Os dois casos são do grupo RBA. A mesma RBA, de triste memória, que demitia funcionários na portaria da empresa e não os deixava subir ao setor de RH. Um profissional, com muito anos de casa, com alto cargo, foi demitido depois de ter destratado um colega no grupo de trabalho no WhatsApp, o RH agiu.

Outra funcionária está por UMA denúncia no RH da empresa ou será demitida por justa causa, por assédio moral. O RH agiu no caso e a moça foi gentilmente convidada a mudar de horário para não perturbar o bom andamento do trabalho realizado na parte da manhã, na redação da TV.

E temos o caso exemplar da Funtelpa e as denúncias contra Hilbert Nascimento.