Servidores da Funtelpa entram em pé de guerra depois que PGE ignorou direitos deles já conquistados

 Servidores da Funtelpa entram em pé de guerra depois que PGE ignorou direitos deles já conquistados

Servidores da Funtelpa não entendem o total desprezo com que são tratados pelo governador do Pará, Helder Barbalho

Belém, 25 de outubro de 2023 – A Procuradoria Geral do Estado – PGE ignora pareceres de Seplad e Funtelpa e diz que não vai assinar Acordo Coletivo de Trabalho. A decisão coloca o governador Helder Barbalho, do MDB, como o único da história a se recusar a negociar com os trabalhadores em quase cinco anos de governo

Parecer – “Esta Procuradoria-Geral informa que não possui interesse em fazer acordo no momento”. Esta frase curta resume o parecer da Procuradoria Geral do Estado, representada pela procuradora Susanne Schnoll Petrola, no caso do Acordo Coletivo de Trabalho – ACT dos trabalhadores celetistas da Fundação Paraense de Radiodifusão – Funtelpa, intermediado pelo Ministério Público do Trabalho.

Redigido no dia 16 de outubro passado, o parecer da PGE possui somente três parágrafos e coube em meia página. O tamanho enxuto da resposta retrata bem a postura de descaso que a Procuradoria tem dispensado às reivindicações dos servidores. A deliberação culminou na retirada do quinquênio dos contracheques de outubro de 2023, disponíveis para consulta dos servidores nesta quarta-feira, 25 de outubro.

Descompasso – Esse posicionamento intransigente está em descompasso com outras decisões do próprio Governo do Estado. É que enquanto a PGE trata os trabalhadores da Funtelpa com desprezo, a Secretaria de Estado de Planejamento e Administração – Seplad publicou no Diário Oficial do Estado, do dia 25 de setembro de 2023, o Decreto Nº 3348. A decisão, assinada pela titular da Seplad, Elieth de Fátima da Silva Braga, com anuência da governadora em exercício, à ocasião, Hana Ghassan, concedeu suplementação orçamentária à Funtelpa de R$ 180 mil, com natureza da despesa 319011, destinada para “vencimentos e vantagens fixas”, ou seja, despesa com a remuneração dos trabalhadores.

O valor é fruto de negociações do ACT com o Sindicato de Jornalistas no Estado do Pará – Sinjor-PA, Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Rádio e Televisão do Estado do Pará – Stert-PA e Comissão de Servidores. A suplementação orçamentária foi feita a pedido da Funtelpa e permite atender todas as reivindicações do ACT previstas para os anos de 2023, 2024 e 2025. O tratamento da Seplad, portanto, foi célere e respeitoso, com participação de uma ampla equipe de técnicos, que realizou intensas e exaustivas análises, repletas de cálculos, com os respectivos documentos comprobatórios. Nada disso, no entanto, importou à PGE, que ignora o fato de a Funtelpa já possuir dinheiro em caixa para honrar o acordo.

Cabe perguntar: o que será feito com os R$ 180 mil destinados pela Seplad para honrar o acordo da Funtelpa? Qual o motivo da PGE não ter interesse em assinar o acordo? Sobre este cenário só cabe um apelo: Respeitem os trabalhadores da Funtelpa.

Baixos salários e trabalho demais – Os trabalhadores da Funtelpa destacam que têm a menor média salarial de todo o governo do Estado – R$ 2.694,24 – e enorme volume de trabalho, com transmissões de eventos ao vivo, como Çairé, Festribal, Festival Cultura Eco em Salinas, Círio de Nazaré, Parazão, Futebol Pelada, Carnaval, MMA, Boxe. Além disso, a grade de programação agora tem mais um telejornal diário, o Jornal Cultura Primeira Edição. São duas horas e meia a mais de jornalismo por semana, que demandam mais esforço dos trabalhadores. Os produtos são muitos e exigem profissionais qualificados. Os salários para essa equipe altamente produtiva, minguados.

Os 53 efetivos ganham um salário mínimo de salário base e só pedem a volta de um direito que foi retirado e que agora já está previsto novamente na lei do orçamento e disponível em caixa da Funtelpa.

Mais denúncias – As denúncias também passam por estarem loteando, tudo na Funtelpa, de contratados/temporários e estagiários, mas estes – estagiários – estão trabalhando até nos finais de semanaAlô, Sinjor-PA!!!. Tem funções dentro da Fundação nas quais somente estagiários estão atuando, sem a orientação de um profissional, que é o que manda a Lei.

A outra denúncia é que já falei aqui no site, em 11 de maio de 2021: o filho da titular da Secretaria de Comunicação – Secom-PA, Vera Oliveira, a Verinha, Leonardo Chaves de Oliveira, que é não é jornalista, fisioterapeuta, é nomeado e ganha salário pela Casa Civil, recebendo mais até do que os diretores da Funtelpa. E ele é apenas produtor da Rádio Cultura FM.

Relembre aqui: Filho de Vera Oliveira, fisioterapeuta, é DAS na rádio Cultura

Assembleia Geral – Diante disso, os sindicatos de jornalistas e radialistas estão organizando uma Assembleia Geral para a quinta-feira, 26, à noite, e há proposta para denunciar ao MPT o descumprimento do acordo, organizar paralisação e ações judiciais.