Atual titular da SEAP embolsou mais de R$ 90 mil por meio de plantões fraudulentos
O governador do Pará, Heldissss, o Barbalhinho, Helder Barbalho (MDB), preza tanto pela lisura e ética no governo dele (não ri, não ri!) que acaba metendo os pés pelas mãos. Sempre!
Na última sexta-feira, dia 1 de abril (e não é mentira) saiu na edição do Diário Oficial do Estado (DOE) a nomeação do delegado da Polícia Civil do Pará, Samuelson Yoiti Igaki, como o novo titular da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), substituindo Jarbas Vasconcelos que deve concorrer a um cargo de deputado na eleição 2022.
Tudo certo, tudo bem, não fosse Samuelson o campeão na lista da verdadeira gangue de policiais civis que, entre 2019 e 2020, lesou os cofres do Estado do Pará em mais de R$ 600 mil.
Pela planilha é visto que Samuelson ocupava o topa da lista com mais de R$ 90 mil recebidos. Os links do Portal da Transparência da Seplad fundamentaram a apuração de pagamento dos “plantões remunerados”, sendo que essa gratificação constava na aba “retroativo” na referida planilha.
Plantão – O plantão remunerado é pago em casos excepcionais, de extrema necessidade de serviço, como por exemplo, quando há ausência de mão-de-obra de servidores, em uma unidade policial de cunho operacional.
De acordo com o Estatuto dos Policiais Civis do Estado do Pará, a gratificação de “plantão remunerado” é paga aos policiais civis, da área estritamente operacional, que em razão de extrema necessidade, ultrapassam sua carga horária de trabalho, por necessidade do serviço.
Mas, desde 2019, com a conivência do ex-delegado geral da PC, Alberto Teixeira, na Polícia Civil do Pará, essa gratificação estava sendo sendo paga também a quem ocupava cargos administrativos e de gestão, que era o caso do delegado Samuelson. Um plantão remunerado de 12 horas para delegados de polícia custava R$ 515,00 e o de 24 horas, R$ 824,00.
Ao todo, eram 15 delegados da PC que faziam parte do seleto grupo de servidores que, juntos, receberam mais de R$ 670 mil pelos “plantões remunerados”, o que era bem mais que o valores recebidos pelos outros delegados.
Samuelson – O delegado Samuelson Yoiti Igaki ocupou o topo dos que mais receberam gratificação pelos “plantões remunerados”. Ele assumiu em janeiro de 2019 a função de Diretor do Núcleo de Inteligência da Polícia Civil do Estado do Pará (NIP) e recebia DAS 4, um dos mais altos da PC, para exercer a função comissionada de livre nomeação e exoneração.
Samuelson também é ex-diretor do NIP e era diretor da Diretoria de Informática, Manutenção e Estatística (Dime) e só não recebeu plantão remunerado nos meses de janeiro de 2019 e abril de 2020. Samuelson acumulou a incrível marca de R$ 90.053,96 (Noventa mil, Cinquenta e Três Reais e Noventa e Seis Centavos) entre 2019 e 2020. Para chegar a essa marca, ele teria que ter trabalhado todos os finais de semana do ano de 2019 até junho de 2020, o que é humanamente impossível.
Acabou a farra – Depois de denúncia do site ParáWebNews, do dia 31 de julho de 2020, a coluna do renomado jornalista Edson Salame noticiou, em agosto de 2020, que a verdadeira farra de fraudes de plantões remunerados tinha sido sustada.
Os 15 delegados foram exonerados dos cargos de confiança que ocupavam, perderam esses DAS – e os tais plantões -, mas quem garante que não continuaram?
E assim, com esse rombo de mais de R$ 90 mil causado aos cofres públicos do Estado do Pará, o delegado Samuelson Igaki chega ao patamar de secretário de estado do Governo Helder Barbalho e na secretaria que cuida de assuntos penitenciários (isso só pode ser uma piada de mau gosto). Está “CELtíssimo”!!!! Que bela folha corrida, hein?
A Polícia Civil do Pará esteve presente, em agosto de 2019, em solenidade alusiva aos 90 anos da chegada dos imigrantes japoneses ao município de Tomé-Açu, nordeste paraense. Representando a Polícia Civil e o ex-delegado-geral Alberto Teixeira, o delegado Samuelson Igaki, ex-diretor de inteligência policial, esteve na cerimônia denominada Japão Amazônia, realizada na sede da Associação Cultural e de Fomento Agrícola de Tomé-Açu (ACTA), na qual foi homenageado com uma comenda.
Será que os queridos imigrantes japoneses sabiam das “presepadas” de Igaki??