“O Auto da Compadecida 2” chega aos cinemas trazendo mais histórias hilariantes de João Grilo e Chicó
Belém, 7 de dezembro de 2024 – A grande estreia nos cinemas brasileiros, neste final de ano, é o filme “O Auto da Compadecida 2”, que chega ainda este mês a milhares de salas pelo Brasil todo. Tive a oportunidade de assistir ao filme, em primeira mão, ao lado de jornalistas e críticos de cinema, em uma Sessão Cabine, promovida e assessorada pela Palavra Assessoria, na sexta-feira, 6, em uma das salas do complexo Cinesystem, em Botafogo, aqui no Rio de Janeiro. O filme ganha pré-estreia para convidados na quinta-feira, 12, antes da grande estreia, no dia de Natal.
Acompanhe a resenha:
É como se fosse uma feliz volta à casa, no dia de Natal, depois de muito tempo de separação. Assim é o filme “O Auto da Compadecida 2”, direção de Guel Arraes e Flávia Lacerda, com roteiro do diretor e de João Falcão, que estreia no Brasil inteiro no dia 25 de dezembro. A chegada da trama é tão celebrada que motivou a estreia em uma quarta-feira, quando normalmente o cinema apresenta novidades na quinta-feira.
A história é a continuação das aventuras de João Grilo – Matheus Nachtergaele – e Chicó – Selton Mello -, 20 anos depois. Desta vez, Chicó continua em Taperoá, no sertão brasileiro, lamentando três coisas: a seca na cidade, onde não chove há cinco anos; a falta que lhe faz o amigo João Grilo; e a imensa saudade de dona Rosinha – Virgínia Cavendish -, que depois de ter casado com ele, lhe abandonou. Os filme continua fiel aos personagens criados, cenários, cores e sons pelo escritor pernambucano Ariano Suassuna, na peça homônima que deu origem aos dois filmes.
Mas Chicó não fica esperando o tempo passar, agora, ele ganha uns trocadinhos, contando aos poucos turistas que chegam à cidade, a história da “Extraordinária Vida, Morte e Ressurreição de João Grilo”, até que, para surpresa dele – e descrença – o amigo volta, mostrando que está vivo “em carne, osso e um pouco menos de cabelo”.
Refletindo – E começam as aventuras da dupla, mas com pontos de “reflexão”, pode-se dizer. O filme toca, ainda que superficialmente, em assuntos com a seca no Nordeste, a questão na mercantilização da fé das pessoas, a disputa pelo poder na prefeitura da cidade e até sobre analfabetismo e mulheres empoderadas. Todos esses assuntos são, como sempre, pontos de partida para mostrar a dupla em ação, com as ideias mirabolantes de João Grilo, seguidas, mesmo que com medo, por Chicó.
Aos atores Matheus Nachtergaele, Selton Mello e Virgínia Cavendish se juntam no elenco Taís Araújo – Compadecida -, Humberto Martins – coronel Ernani -, Luís Miranda – Antônio do Amor, malandro carioca-, Eduardo Sterblitch – Arlindo, dono da rádio da cidade -, Enrique Diaz – Joaquim Brejeiro, capanga do coronel – e Fabiula Nascimento – Clarabela, filha do coronel – que movimentam a história e trazem muitas risadas.
É evidente que sempre se irá lembrar do filme de 20 anos atrás – e isso é citado no filme, quando é mostrado que histórias se repetem -, mas quem não viu o primeiro pode ir tranquilo ao cinema que a trama inicial é sempre rememorada.
Trilha sonora – A trilha sonora é um ponto alto do filme, com novas versões para “Canção da América”, de Milton Nascimento, o tema de João Grilo e Chicó; “Como Vai Você”, imortalizada por Roberto Carlos, que ganhou a voz de Chico César; e o belo tema da Compadecida, “Fiadeira”, composição de Juliano Holanda, na potente voz de Maria Bethânia, um tributo à padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, composta especialmente para o filme.
A continuação de “O Auto da Compadecida” faz jus ao primeiro filme, em especial, quanto a parceira “de se entender no olho” entre Nachtergaele e Mello, este, em alta atualmente, com o sucesso de “Ainda Estou Aqui”, se mostra presente e a dupla é muito boa de se ver em cena. Os momentos com os dois atores na tela continuam sendo os melhores do filme, e “só sei que foi assim”.