Justiça torna réu Hilbert Nascimento por acusações na Funtelpa e Daniel Pamplona é desligado da Mídia Center
Belém, 2 de dezembro de 2024 – Uma coisa que me perguntam, às vezes, é por que mantenho esse site/ blog, que volta e meia me traz boas dores de cabeça. Eu respondo que acredito que, de alguma forma, este site pode ajudar a fazer uma espécie de justiça a quem foi/é maltratado em redações.
Alguém conhece a fábula do beija-flor, imortalizada por Betinho, Herbert de Souza? É muito simples: um beija-flor tentava apagar um grande incêndio na floresta, levando gotas de água no bico, jogando-as sobre o fogo. A onça perguntou a ele por que ele fazia isso, já que não iria conseguir acabar com as chamas assim. E o beija-flor respondeu: “Eu sei que não vou conseguir apagar o incêndio, mas estou fazendo a MINHA PARTE”. Dito isso, sigamos!
A partir deste preâmbulo – gostaste do preâmbulo? – quero dizer que temos boas notícias e este site, de forma mais ativa e até indireta, ajudou a fazer mudanças em situações muito ruins que colegas de trabalho estavam passando: a primeira é que a Justiça do Pará tornou réu Hilbert Nascimento, o Binho, acusado de assédio sexual e moral na Funtelpa; a segunda é que Daniel Pamplona não está mais trabalhando e perturbando na produtora Mídia Center.
Daniel Pamplona – Após várias denúncias de assédio moral e perseguição – falamos três vezes sobre isso aqui no site -, o conhecido Daniel Pamplona finalmente foi desligado da produtora Mídia Center. Contudo, o que chama atenção agora é a ascensão de um nome polêmico para os bastidores do comando: Cândido Garcia, o Candinho, figura da “velha guarda da Portela”, que fez carreira na Funtelpa, defensor ferrenho de Hilbert Nascimento, o Binho – este, já de triste memória -, e que, sem muita explicação, foi exonerado da Fundação.
Sem encontrar “abrigo” após a exoneração, Candinho buscou guarida na produtora Mídia Center e, ao que tudo indica, tenta demonstrar que tem a força para comandar. Mas será que tem mesmo? O que aconteceu para que ele fosse dispensado da Funtelpa? E, como sempre, estamos de olhos bem abertos número 1, visse? Te comporta, homiiii!!!
O que chegou por aqui foi que Candinho e a esposa, Lidiane, são os novos ‘gestores’ da Mídia Center, e que é mais lobista que gerente. Ele também trabalhou na produtora G2, de Glauber Pontes. Já os cliente de Daniel seguem no portifólio da Mídia Center, mas o combinado é ele não aparecer mais por lá. Estamos de olho número 2.
Binho – A Coluna Olavo Dutra publicou, com exclusividade, no domingo, 1, que a Justiça acatou a denúncia feita pelo Ministério Público e o ex-presidente da Funtelpa, Hilbert Nascimento, o Binho, se tornou RÉU nos inquéritos que apuram dezenas de denúncias de assédio sexual e assédio moral que marcaram a gestão do radialista, classificado como predador sexual por algumas depoentes no processo, algumas casadas. Publicamos sobre Binho várias vezes por aqui, desde as denúncias em 2023, até a exoneração dele da presidência da Funtelpa, em abril deste ano.
A Sindicância Interna realizada na Funtelpa contou com o depoimento de 25 pessoas, a maioria mulheres, que relataram detalhes de como o ex-presidente atuava para aliciar e humilhar subordinados. De acordo com um dos depoentes, o tratamento hostil e grosseiro não guardava cerimônias, de modo que, se fossem fazer gosto, quase todo o quadro de funcionário teria alguma queixa a relatar.
A sindicância é parte fundamental para a instauração do inquérito criminal, conforme prevê os artigos 222 e 227 da Lei 8510/94, que estabelece as normativas do Regime Jurídico Único dos Servidores Estaduais. O documento conclusivo encaminhado à Justiça é assinado pela promotora Bethânia Maria Corrêa, responsável pela 10ª Promotora de Justiça Criminal.
Mas como estamos em Belém, Binho não ficou desamparado e foi abrigado no Conselho da Cosanpa, e recebe salário mensal de R$ 28 mil, sem trabalhar, porque o colegiado se reúne apenas uma vez por mês. Graças a esse salário na Cosanpa, ele juntou recursos para se associar a outros radialistas e arrendar uma emissora de rádio de propriedade do grupo evangélico Boas Novas, a rádio Top FM 104,7, que já está no ar.
Binho assumiu o cargo de diretor comercial e tem a missão de visitar clientes e levantar recursos para fazer a rádio decolar, e vai visitar a própria Funtelpa e algumas rádios de propriedade do grupo RBA, de quem o radialista tornou-se desafeto, desde que não foi amparado como gostaria frente aos casos de assédio na Funtelpa.
Processo – O Processo Criminal de número 0822028-83.2024.8.14.0401 segue agora para execução e a primeira audiência sobre o assunto já está marcada para o dia 18 de fevereiro do próximo ano, na sede da 4ª Vara do Juizado Especial Criminal de Belém, sob direção da juíza Silvana Maria de Lima e Silva.
Não há informações se todas as testemunhas que depuseram na Sindicância da Funtelpa irão depor em juízo, já que, de acordo com o conteúdo do levantamento realizado na emissora do Estado, muitas temem retaliação e outras sentem efeitos nada agradáveis de um trauma recente sempre que voltam a tocar no assunto.