Conheça dez filmes assinados por diretoras e celebre o Dia Internacional da Mulher

No Dia Internacional da Mulher, que é celebrado neste domingo, 8, é um momento de reflexão sobre os direitos que as mulheres têm conquistado nos últimos anos, nos mais diversos segmentos. E no cinema, esses avanços se fazem notar, ainda que não sejam o ideal.

Com o pensamento em refletir sobre a data, sem deixar de falar sobre cinema, 17 dos 22 integrantes do Cineclube Paraense optaram por fazer listas de filmes dirigidos por mulheres. A disputa foi acirrada, sendo que os votantes fizeram listas individuais com dez filmes dirigidos por mulheres, por ordem de preferência, numerados de 1 a 10. O resultado foi melhor do que o esperado.

Citadas – Foram citados 70 filmes de 49 diretoras, sendo que delas, são doze brasileiras (Anna Carolina, a paraense Jorane Castro, Anna Muylaert, Lais BondansKy, Gabriela Almeida, Carla Camurati, Monique Gardenberg, Norma Benguel, Kátia Lund, Malu di Martino, Lúcia Murat e Eliane Café).

Algumas diretoras tiveram mais de uma obra citada nas listas. Com três filmes foram lembradas Barbra Streisand, Laís Bondasky, Penny Marshall, Katerine Biglow e Sofia Coppola. Com duas obras foram citadas Julie Taymor, Jane Campion, Greta Gerwing, Céline Sciamma, Patty Jinkins, Lucrécia Martel, Liliana Cavani e Agnes Fontaine.  

Lista – A lista final, com a apuração dos votos ficou assim: Em 1º lugar. “O Piano” (de Jane Campion), com 84 pontos e 11 referências; em 2º. “Encontros e Desencontros” (de Sofia Coppola), com 80 pontos e 11 referências; em 3º. “Que Horas ela Volta?” (de Anna Muylaert), com 56 pontos e sete referências; em 4º. “Precisamos Falar sobre Kevin” (de Lynne Ramasay), com 49 pontos e seis referências; em 5º. “Cléo das 5 às 7” (de Agnès Varda), com 36 pontos e cinco referências; em 6º. “Across the Universe” (de Julie Taymor), com 28 pontos e cinco referências; em 7º. “Tempo de Despertar” (de Penny Marshal), com 28 pontos e cinco referências; em 8º. “Psicopata Americano” (de Mary Harron), com 28 pontos e cinco referências; em 9º. “Pasqualino Sete Belezas” (de Lina Wertmüller), com 24 pontos e três referências; e em 10º. “Lady Bird” (de Greta Gerwig), com 21 pontos e cinco referências.

Importância dos filmes – “O Piano” ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes em 1993. A trama mostra uma mulher reprimida, Ada McGrath (Holly Hunter), muda, obrigada a casar com um homem que não ama. Ela se desloca até a Nova Zelândia na companhia de sua filha, Flora (Anna Paquin). Ada, imediatamente, antipatiza com o marido, quando ele se recusa a transportar o seu amado piano e negocia o instrumento com George Baines (Harvey Keitel). Atraído por Ada, Baines concorda em devolver o piano em troca de algumas lições ao instrumento e essas aulas acabam se tornando encontros sexuais entre o casal. “O Piano” ganhou também os Oscar de Melhor Atriz (Hunter) e Melhor Atriz Coadjuvante (Paquin), e Jane Champion foi indicada a Melhor Direção.

“Encontros e Desencontros” (de 2003) é dirigido por Sofia Coppola, que, como o próprio nome entrega, é filha do diretor Francis Ford Coppola. Ela conta no filme a história da jovem Charlotte ((Scarlett Johansson), que acompanha o marido, em uma viagem de negócios a Tóquio, no Japão. Solitária e sofrendo com o fuso horário, ela acaba se envolvendo com o ator Bob Harris (Bill Murray), que está na cidade para lançar seu mais novo filme. Esse filme ganhou o Oscar de Roteiro Original em 2004. Sofia foi indicada ao Oscar de Direção, e o filme ganhou o Globo de Ouro e o César de Melhor Filme Estrangeiro.

O filme brasileiro “Que Horas ela Volta?” é de 2015. Foi exibido no Festival de Sundance 2015, onde as atrizes protagonistas Regina Casé e Camila Márdila ganharam o Prêmio Especial do Júri na categoria de interpretação, e foi selecionado para o Festival de Berlim 2015. A trama mostra a pernambucana Val (Regina Casé), que se mudou para São Paulo a fim de dar melhores condições de vida para sua filha Jéssica (Camila Márdila), trabalhando como empregada na casa de uma família. Treze anos depois, quando o filho da família (Michel Joelsas) vai prestar vestibular, Jéssica decide vir a São Paulo, no intuito de prestar a mesma prova. Mas as diferenças sociais começam a surgir.

“Precisamos Falar sobre Kevin” é de 2011. Exibido no Festival de Cannes desse mesmo ano, o filme causou desconforto na plateia com o tema pesado sobre violência nas escolas. A trama mostra o desespero da mãe interpretada por Tilda Swinton, que tem um relacionamento com o primogênito, Kevin, muito complicado, desde quando ele era bebê. Com o tempo, a situação vai se agravando, mas, mesmo conhecendo o filho muito bem, ela jamais imaginaria do que ele seria capaz de fazer.

“Cléo das 5 às 7” é um filme francês de 1969 e mostra a história de Cléo (Corinne Marchand), uma cantora francesa angustiada pela espera do resultado de um exame. O teste pode apontar se ela tem ou não um câncer de estômago. Sem saber o que fazer, Cléo perambula por Paris, e passa uma hora e meia fazendo coisas banais, à procura de distração, até que conhece um soldado que está prestes a ir para a guerra na Argélia. O diretor Jean-Luc Godard e os atores Anna Karina e Jean-Claude Brialy fazem pontas no filme, que foi indicado à Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes.

“Across the Universe” é um filme de 2007 que conta uma história de amor, totalmente inspirada nas canções de The Beatles. O filme foi indicado ao Oscar de Melhor Figurino, e também ao Globo de Ouro de Comédia ou Musical. 

“Tempo de Despertar” é de 1990. No Bronx, em 1969, Malcolm Sayer (Robin Williams) é neurologista em um hospital psiquiátrico. Lá ele encontra vários pacientes que aparentemente estão catatônicos, mas Sayer escolhe Leonard Lowe (Robert De Niro), que há décadas estava “adormecido”, para usar L-DOPA, uma nova droga aplicada em pacientes com o Mal de Parkinson. Gradualmente, Lowe se recupera e isto encoraja Sayer a administrar L-DOPA a outros pacientes. Os pacientes mostram sinais de melhora e querem recuperar o tempo perdido, mas Lowe começa a apresentar estranhos e perigosos efeitos colaterais. De Niro foi indicado ao Oscar de Melhor Ator por esse filme.

“Psicopata Americano” é um filme de 2000. Patrick Bateman (Christian Bale) é um jovem branco e sem nada que o diferencie de seus colegas de Wall Street, mas é também um serial killer, que vaga livremente e sem receios em busca de uma nova vítima. Seus impulsos assassinos são abastecidos por um zeloso materialismo e uma inveja torturante, quando ele encontra alguém que possui mais do que ele, o que o torna um perigoso e violento psicopata.

“Pasqualino Sete Belezas” é um filme italiano de 1975. Durante a Segunda Guerra Mundial, o italiano Pasqualino Frafuso (Giancarlo Giannini) deserta do Exército, mas é capturado pelos alemães, que o enviam para um campo de concentração, onde ele faz quase qualquer coisa para sobreviver. Em flashbacks, é vista a família dele com sete irmãs sem atrativo (as sete belezas) e outras histórias. Para desgosto da sua carcereira alemã, Pasqualino tem um caráter fraco e covarde, mas que o permite sobreviver na guerra e voltar a Nápoles.

“Lady Bird” é um filme de 2017. Christine McPherson, que prefere ser chamada de Lady Bird (Saoirse Ronan), está no último ano do ensino médio e deseja fazer faculdade longe de Sacramento, Califórnia, onde mora, ideia firmemente rejeitada por sua mãe (Laurie Metcalf). A garota de forte personalidade não se dá por vencida e leva o plano de ir embora me frente. Ela se divide entre as obrigações estudantis no colégio católico, o primeiro namoro, típicos rituais de passagem para a vida adulta e inúmeros desentendimentos com a mãe. No Oscar 2018, “Lady Bird” foi indicado nas categorias Melhor Filme, Diretora, Atriz (Saoirse Ronan), Atriz Coadjuvante (Laurie Metcalf) e Roteiro Original, e foi premiado no Globo de Ouro em 2018 na categoria de Melhor Comédia ou Musical e Melhor Atriz (Saoirse Ronan).